Lâmina

A lâmina entra

Na carne e rasga.

Escorre o fio

Frio de ferrugem

Com sabor de

Temperatura esquecida.

Enterra o metal frio

No corpo quente que

Gela no descompasso

Cardíaco.

Perfura o dorso e faz

Do rosto uma máscara

Grotesca.

A ponta toca o osso,

Raspa a casca da

Cartilagem rompida.

Cada estocada mede a

Melodia das vísceras

Castigadas.

No teatro da dor o

Instrumento vibra

Enquanto a mão impõe

O ritmo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 28/03/2022
Código do texto: T7482970
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.