Sempre assim!
Os sonhos laçam o instante, puro sangue, em pêlo…
E o doma, o toma pelas crinas e mostra quem manda.
E assim inicia-se uma parceria de obediência e zelo
Matam dragões, saltam óbices, superam demandas!
Quando os sonhos tomam assento no dorso do tempo,
Torna suave e doce até mesmo as rudes cavalgadas,
E o conjunto é arrebatado ao reino dos entretempos,
Refeitos, retornam esquecidos, de outras tantas jornadas…
Mas se caso o tempo toma as rédeas dos sonhos,
E num louco galope derruba os tantos quereres,
O tempo indômito vaza por caminhos medonhos,
O tempo, perdido, rouba dos sonhos os poderes.
Então os dragões ressurgem em voos ameaçadores,
E alia-se a eles o tempo descontrolado e alucinante,
E não há como retardar a morte, a sorte, ou as dores:
“Tudo como dantes, no quartel-general de Abrantes!”