Orgia

Nestes órgãos misturados

O fluxo de ácido corrói

As vísceras vazias.

Quase um palco

Da tragédia que

Agita e grita

Nos poros em

Arrepio.

Faz-se a face dolorida

Contando margens

De agonia, como

Espasmódica sinfonia.

Pelos estratos retratados,

O rastro diluído em

Insônias bem dormidas.

Cada tentáculo vulnerável

Agita o dorso exposto,

Fomentando a alegria

Que eclode dos esgotos.

Não há nada além da vida,

Que não seja essa orgia

Inesperada.

O suicídio é o êxtase

Antecipado, enquanto a

Cada dia o prazer é engolido

Moderadamente.

Morde a carne e range os

Dentes, contorcendo

Feito serpente,

Saindo do falso

Paraíso para gozar o

Fruto que jamais foi

Proibido.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 19/11/2021
Código do texto: T7389248
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