Orgia
Nestes órgãos misturados
O fluxo de ácido corrói
As vísceras vazias.
Quase um palco
Da tragédia que
Agita e grita
Nos poros em
Arrepio.
Faz-se a face dolorida
Contando margens
De agonia, como
Espasmódica sinfonia.
Pelos estratos retratados,
O rastro diluído em
Insônias bem dormidas.
Cada tentáculo vulnerável
Agita o dorso exposto,
Fomentando a alegria
Que eclode dos esgotos.
Não há nada além da vida,
Que não seja essa orgia
Inesperada.
O suicídio é o êxtase
Antecipado, enquanto a
Cada dia o prazer é engolido
Moderadamente.
Morde a carne e range os
Dentes, contorcendo
Feito serpente,
Saindo do falso
Paraíso para gozar o
Fruto que jamais foi
Proibido.