Tributo à Loucura
Se canto não é de alegre
Mas para saudar a dor
Se rio não é de contente
Mas para acalmar o desespero
Se minhas palavras são prolixas e sem sentido
É para preencher o vazio escuro da minha mente
Quanto mais procuro nela alguma verdade
Mais constato o quanto ela mente
Se fico em silêncio não é por não ter nada a dizer
Mas, antes, por não poder dizer o que me causa dor
Tenho vontade de esvaziar meu ser na neblina da debilidade
Quando percebo que são mais felizes os que nada vêem
Levo cicatrizes deixadas pelos espinhos de dois extremos
Carregando comigo essa solidão
Como se me afastasse a cada segundo
Centenas de milênios da felicidade
Vagando infame pelas trevas do meu mundo
Pagando o preço da sanidade