Tributo à Loucura

Se canto não é de alegre

Mas para saudar a dor

Se rio não é de contente

Mas para acalmar o desespero

Se minhas palavras são prolixas e sem sentido

É para preencher o vazio escuro da minha mente

Quanto mais procuro nela alguma verdade

Mais constato o quanto ela mente

Se fico em silêncio não é por não ter nada a dizer

Mas, antes, por não poder dizer o que me causa dor

Tenho vontade de esvaziar meu ser na neblina da debilidade

Quando percebo que são mais felizes os que nada vêem

Levo cicatrizes deixadas pelos espinhos de dois extremos

Carregando comigo essa solidão

Como se me afastasse a cada segundo

Centenas de milênios da felicidade

Vagando infame pelas trevas do meu mundo

Pagando o preço da sanidade

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 15/11/2007
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