ESPAÇOS DE MIM MESMO
As horas passam devagar
Minutos e segundos
Depressa
Fantasmas reais
Projetam suas sombras
No escuro do quarto
Nem sei mais se existo
Mas sei que aqui estou
Existem as paredes
Ou não existem?
Existe o espaço
Ou é ilusão?
A imensidão que não é imensa
O enorme que é pequeno
O vazio que é cheio
As batidas de um coração
Que já não fazem mais barulho
Pensamentos?
Um turbilhão de nada!
Lembranças?
Longínquas e próximas
Tuneis minúsculos e grandes lacunas
Espaços de mim mesmo
Devaneios claros
Mentiras verdadeiras
Minha imagem no copo
Distorcida e nítida
Real e fictícia
A bebida que ele abrigava
Já foi sorvida
Pelos sentidos
Será mesmo isso?
Só você tem sido real
A personificar a segurança de um amor inseguro
O que sinto por você?
O que nunca senti
Eu nunca soube
Agora sei
Mas você?
Isso me interroga
Sempre
Certeza e dúvida
Tenho servido para quê?
O que sou para você?
Certeza? Dúvida?
O coração segue batendo
Em silêncio.
Tenho sido feliz
Isso ao menos sei.