Vestir

Ao despir

Ainda me

Visto de

Mim mesmo.

Mas a pele

Continua a se

Fazer roupa

Justa que

Esconde a

Carne.

Sobrepor uma

Outra indumentária

Cria uma sobrepeliz

Onde nos permite

Insinuar, vazar de

Alguma maneira.

Retira as vestes,

Mas ainda enxerga

A pele e por isso

Esfola o corpo e

Revela o descarnado.

Na fuga carnal cobre-se

Com camadas de tecidos

A ponto de imaginar um

Sobretudo.

Mas basta um olhar,

Movimentos que dobram

O couro e logo

Percebemos a impossibilidade

De encobrir o que somos.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/04/2021
Código do texto: T7222079
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