Vestir
Ao despir
Ainda me
Visto de
Mim mesmo.
Mas a pele
Continua a se
Fazer roupa
Justa que
Esconde a
Carne.
Sobrepor uma
Outra indumentária
Cria uma sobrepeliz
Onde nos permite
Insinuar, vazar de
Alguma maneira.
Retira as vestes,
Mas ainda enxerga
A pele e por isso
Esfola o corpo e
Revela o descarnado.
Na fuga carnal cobre-se
Com camadas de tecidos
A ponto de imaginar um
Sobretudo.
Mas basta um olhar,
Movimentos que dobram
O couro e logo
Percebemos a impossibilidade
De encobrir o que somos.