Coelho de Páscoa
Desde os tempos
Chamados pagãos,
Os felpudos animais
São cultuados e caçados.
Não mais os ovos
Vivos, apenas o
Chocolate industrial.
Escondido em
Algum canto,
Escondendo o
Processo de
Mercadoria.
Mas a fofura
Acaba aqui.
Nos matadouros,
Com seus pescoços
Torcidos, o olhar
Apavorado e o grito
Agudo.
Esfolado vivo,
Com a pele
Arrancada,
O corpo
Pequenino
Descarnado.
Na grelha a
Carne assada
Com as patinhas
Suspensas.
Provado nos
Banquetes mais
Refinados.
Os caçadores
Deixam os cães
Morderem,
Arrancarem pedaços,
Fazem o mesmo
Com sua fúria de
Morte.
Coelho da Páscoa
Que trazes pra mim?
Meu corpo esfolado
Para o seu festim.