Roendo as Unhas
Nas mordiscadas
Pequenas o sabor
Ferruginoso de
Sangue.
Porções ínfimas
De pele estirada,
Desdobrando sobre
A carne que
Grita.
No banho o
Contato com a
Água que faz
Arder as feridas
Abertas.
Cada dedo
Machucado
Revela uma
Singularidade
Destrutiva.
Antropofagia suicida.
O gosto do próprio
Corpo e a dor que mutila
Na composição dessa
Canção da carnificina.
A queratina desprezível
Cresce como casco
Insistente de animal
Reprimido.
Cuspo pelo
Desprezo desse
Ser que habita
Em mim.