Roendo as Unhas

Nas mordiscadas

Pequenas o sabor

Ferruginoso de

Sangue.

Porções ínfimas

De pele estirada,

Desdobrando sobre

A carne que

Grita.

No banho o

Contato com a

Água que faz

Arder as feridas

Abertas.

Cada dedo

Machucado

Revela uma

Singularidade

Destrutiva.

Antropofagia suicida.

O gosto do próprio

Corpo e a dor que mutila

Na composição dessa

Canção da carnificina.

A queratina desprezível

Cresce como casco

Insistente de animal

Reprimido.

Cuspo pelo

Desprezo desse

Ser que habita

Em mim.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 25/03/2021
Reeditado em 25/03/2021
Código do texto: T7215617
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