Poema – Paganini part 2
Poema – Paganini part 2
‘’ Os suicidas inventaram a música
Pois não conseguiam sobreviver todos os dias
Com os martírios de suas almas’’
Certa vez um musico
Cujo os olhos foram arrancados pelos Deuses
Em uma falha tentativa de suicídio
Compôs um Poema
Que futuramente se transformaria em uma canção
Nela ele vomitou todas as suas angustias
Até mesmo aquelas das quais
Nem mesmo ousaria contar para sua própria sombra
A única criatura capaz de ler
Aqueles versos compostos por um homem cego e sem alma
Eram o próprio Asmodeus e as criaturas da velha Goétia
Diziam as lendas
Que até hoje
Diabos lamentadores choravam ao lerem os seus versos...
‘’ Sentado nas estreitas vielas
De sentimentos profundos
Que dilaceram a minha alma
Enjaulado na mais ríspida solidão
Abandonado pelas próprias crenças e convicções
Me tornei órfão de Mãe, Pai, Filho e Espirito Santo
Nesta ríspida solidão
Sou um monstro
Um Padre a devorar criancinhas
Um Thelemita cuja as leis de Therion foram quebradas
Nesta acostumada porém virtuosa solidão
Guardo segredos que se revelados
Trariam ao mundo mais miséria que toda a fome e a praga
Jamais ousariam trazer aos pobres
Não suporto os espelhos da vida
Pois ao me olhar nos olhos
Revelo a mim mesmo, o monstro que tento esconder
Escondo-me em mentiras
Escondo-me em crenças e ideologias
Ao mundo revelo um personagem
Pois o monstro que o controla
Através destas cordas de mentira
Que compõe este paraíso de loucos e lunáticos
É tão somente uma pobre e vil criatura
Cuja a pele esgrouvinhada e os dedos podres
Revelam uma terrível e nojenta peste
De um homem, que aos olhos de Deus e da Sociedade
Deveria estar morto.
Os suicidas e os Diabos
Talvez sejam os únicos capazes
De me olhar com brilho nos olhos
Não porque compreendem as minhas dores
E sim porque no ápice de sua amargura
Suas almas chorariam de felicidade e euforia
Ao descobrirem que existe neste mundo
Algo tão podre, tão sórdido e imundo
Quanto as suas almas negras e corrompidas
Se não fosse a música
E estes olhos cegos
O monstro que corrói a minha alma todas as noites
Transbordaria em um rio de sangue...
E lágrimas!
- Gerson De Rodrigues