Da Janela
Da janela vejo
O mundo finito,
Limitado pela
Régua dos
Contornos.
A vista contorna
Esta cerca
Quadrilátera,
Na tentativa de
Escapar,
Fugir por brechas,
Transbordar.
Um risco que
Dá volta e não
Faz círculo,
Só o olhar é
Circular.
Paisagem morta
Como a natureza
De quadros medíocres,
Acrescida pelos
Movimentos,
Cinema mudo.
Abre o vidro
Para que o som
Possa esquadrinhar
Esse dentro visto
Por fora.
Frisando venezianas
Em composição de
Claridades cortadas,
Raios retilíneos
Esbarrando na
Retina atônita.
Imagem van Gogh,
Recortes de Picasso
Ou impressões de Monet?
Apenas uma janela,
Nada mais.