Manequim

Palidez de tez lisa,

Fosca e apática

Como um granito com

Tonalidades mamóreas,

Ocres ou ônix.

Simula um humano

Por sombra escultural,

Insinuando formas

Retilíneas, onde as

Quebras articuladas são

Rígidas um engessar

Pronto a ser trincado.

O rosto sem face,

exibe um sorriso

Inibido que gargalha no

Abismo da fronte ao

Observar.

Roupas sobre as

Partes demonstram

Figuras fantasmas,

Suspensas nos cabides

Marionetes.

Pose eterna na

Vitrine dos olhos,

Desumanizando quem

Insiste nas relações

Monológicas.

Sem orifícios para

Permitir excreções e

Penetrações.

Poros fechados,

Preenchidos pelos

Vazios da brutalidade

Monolítica.

Corpo esculpido por

Máquinas que rejeitam

Gente e fabricam mecanismos

Ocos de sensibilidade,

Ao mesmo tempo,

Tomados do sensível

Absorvido por uma

Termodinâmica que

Resfria emoções pelos

Próprios emocionais

Ressentidos.

Sem sexo, apesar de

Reproduzir a infertilidade

Humana, desde o vazio

Criativo ao consumismo

Inesgotável.

Espectro da pop arte

Pós-modernista engolindo

Todos para regurgitá-los em

Andróides.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 21/02/2021
Código do texto: T7189713
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