Manequim
Palidez de tez lisa,
Fosca e apática
Como um granito com
Tonalidades mamóreas,
Ocres ou ônix.
Simula um humano
Por sombra escultural,
Insinuando formas
Retilíneas, onde as
Quebras articuladas são
Rígidas um engessar
Pronto a ser trincado.
O rosto sem face,
exibe um sorriso
Inibido que gargalha no
Abismo da fronte ao
Observar.
Roupas sobre as
Partes demonstram
Figuras fantasmas,
Suspensas nos cabides
Marionetes.
Pose eterna na
Vitrine dos olhos,
Desumanizando quem
Insiste nas relações
Monológicas.
Sem orifícios para
Permitir excreções e
Penetrações.
Poros fechados,
Preenchidos pelos
Vazios da brutalidade
Monolítica.
Corpo esculpido por
Máquinas que rejeitam
Gente e fabricam mecanismos
Ocos de sensibilidade,
Ao mesmo tempo,
Tomados do sensível
Absorvido por uma
Termodinâmica que
Resfria emoções pelos
Próprios emocionais
Ressentidos.
Sem sexo, apesar de
Reproduzir a infertilidade
Humana, desde o vazio
Criativo ao consumismo
Inesgotável.
Espectro da pop arte
Pós-modernista engolindo
Todos para regurgitá-los em
Andróides.