Poema – O Homem Louco
Poema – O Homem Louco
Eu quero sangrar e rasgar a minha pele
E gritar! Sim gritar!
De agonia enquanto arranco as minhas unhas
Quero sentir as feridas rasgando-se
Enquanto o meu sangue batiza
Aquilo que um dia eu chamei de templo
Oh o meu maldito
E imperfeito templo
Que enjaulou a minha alma
Durante séculos
- Olhem para os meus Dentes podres!
Que eu quebrei a marretadas
- Agora gritem
Digam que eu sou louco
Enquanto curvam seus joelhos imundos
Para um Deus sádico e cruel
Irei rasgar os meus olhos
Com o caco de vidro que eu mastiguei
Só pelo prazer de nunca mais enxergar este teatro de lunáticos
Do meu corpo só sobrara o escárnio
E os gritos de desespero
Estes gritos que devem vagar
Por toda eternidade
Atormentado aqueles que algum dia zombaram
Da minha imperfeição
- E agora eu não sou perfeito?
O que acham destas tripas dependuradas em meu pescoço?
E destas baratas vivendo em meus olhos
Suplico que olhem para mim!
O palhaço que durante anos
Divertiu suas vidas miseráveis
Agora esta dançando na sua sala de estar
Com baratas por todo o seu corpo
Agora me digam!
O quão divertido é zombar de um homem Doente?
O barulho das correntes em seus pés me deixam louco
Eu deveria enforca-los por misericórdia?
Ou deixa-los agonizando com estacas
Enfiadas em seus rabos em frente as suas catedrais
Ai sim teriam motivos para rezar
- Oh Deus querido Deus
Salvem-me do homem louco
Enquanto mato os seus filhos
Com o mesmo crucifixo que o seu Deus
Sufragou toda a humanidade
O Homem louco sempre esteve ali
Clamando por ajuda, implorando para que o seu Deus
E a sua medicina o salvassem
- E o que vocês fizeram?
Trataram a sua loucura da mesma forma
Que um rato trata a sua comida
Internaram-me, me condenaram ao inferno
Agora que o homem louco esta sorrindo
Vocês querem parar de brincar?
Só agora resolveram parar de zombar da minha dor?
Por favor
Dobrem os seus joelhos e repitam comigo
- Oh Deus, O meu querido Deus
Salvem-me do homem louco
- Gerson De Rodrigues