Estalar de Dedos

No estalar

Estrondoso

Das falanges.

O arrancar de dedos,

Que despencam da

Altura do corpo

Sobre o solo

Acolhedor e

Sepulcral.

Não mais o

Gesto de aceno,

Já que o jorro

Sanguíneo cria

Rizomas espalhados

Até o coagular.

Pequenas porções

Observadas do alto,

Como galhos quebrados.

Antes funcional e

Agora apêndice,

Na sobra de um

Osso partido.

Move os dedos

Dos pés por

Compensação,

Fazendo as mãos

Responderem

Por membros

Fantasmas.

A ânsia de igualar

Faz roçar o cerrote

Para decepar os

Inferiores.

Sem os polegares

Opositores será

Possível não se

Render aos dilemas

Anatômicos da

Espécie.

Persiste na insistência

De existir,

Velando pouco e

Recusando o enterrar,

Para que sirva de pasto

Aos que estão sobre a

Terra.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/02/2021
Código do texto: T7174669
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