Fórceps

Pelas garras mecânicas

O atrito do ferro

Que risca a pele

Como ponta de faca.

Comprimindo ao

Ponto de esmagar o

Crânio compactado.

Penumbra de

Luzes obscuras

Que rejeitam o

Fora da caverna.

Espaço de tripas

E trapos no prolongamento

Gástrico que faz

Do refluxo o seu drinque diário.

O tic do relógio

Sem tac,

Espreita os ponteiros

Podres que pendem

Da árvore seca.

Não é Éden.

No caminhar solitário

Do andrógino primitivo,

A máquina invade o corpo

E faz do espírito um autômato.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 21/01/2021
Código do texto: T7165105
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