Olhos de Navalha

Estes olhos que me

Cortam pela

Lâmina cristalina

Que retém antes de

Gotejar.

Na saudade dos

Cílios a bailar

Pelo cortinar

De vistas laceradas.

Quase um foco

Detido no copo

Do corpo

Comido.

A ânsia faz

O vomitório

Orbital transbordar.

Um sorriso de

Pálpebras

Diluindo o

Instante temido.

Vela derretida

Lacrimeja

Pelas ceras

Maceradas no

Deslize côncavo

Das covas faciais.

Antes do grito,

Pende o resto

Que vibra na

Própria agonia.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 18/01/2021
Código do texto: T7162547
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.