Anzóis
Sente os anzóis
Perfurarem a pele
Suspendendo o corpo
Torto em agonia.
Dilacera os tecidos
Para tecer com o
Descarnado, uma
Indumentária viva.
O sangue irriga
Para facilitar
Manusear os
Pedaços despedaçados.
Não é peixe,
Apenas carne em
Frigorífico.
O frio do cadáver
Aquece o espírito
Destroçado pelos
Ganchos que
Degolam o pescoço
Do supliciado.
Esculápio, eis o teu sacrifício.
Jorra de ponta-cabeça,
Lavando o chão imundo
Com a benção da morte.