Anzóis

Sente os anzóis

Perfurarem a pele

Suspendendo o corpo

Torto em agonia.

Dilacera os tecidos

Para tecer com o

Descarnado, uma

Indumentária viva.

O sangue irriga

Para facilitar

Manusear os

Pedaços despedaçados.

Não é peixe,

Apenas carne em

Frigorífico.

O frio do cadáver

Aquece o espírito

Destroçado pelos

Ganchos que

Degolam o pescoço

Do supliciado.

Esculápio, eis o teu sacrifício.

Jorra de ponta-cabeça,

Lavando o chão imundo

Com a benção da morte.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 17/01/2021
Código do texto: T7161930
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.