Criatura
Quebro a carne ao revirar o corpo.
A criatura com seus olhos caçadores,
Sua forma de Quimera,
Me revira ao avesso.
Comido de dentro pra fora,
Por sedutor parasita que
Se serve de pequenas poções.
Cada naco é uma prece em
Homenagem à deusa criação,
Que me embriaga os poros
Com sua violência.
Sequestra a existência
A ponto de não saber
Onde estou.
Pra que serve saber
Quando se é pasto
De uma potência destrutiva?
Quebra os ossos com sua
Vontade dilacerante,
E empala qualquer orgulho.
Já respiro o suspiro ferruginoso
O sangue que engasga no desespero
Do grito reprimido.
Dilacerado pelos abismos engolidos.
Descompasso em seu rastro,
Marcando com pegadas cortadas
O solo de adoração onde me faço
Sacrifício.
Ouço o eco da sua dor, por doer mim.
Presa que se prende ao peso do pesar.