Criatura

Quebro a carne ao revirar o corpo.

A criatura com seus olhos caçadores,

Sua forma de Quimera,

Me revira ao avesso.

Comido de dentro pra fora,

Por sedutor parasita que

Se serve de pequenas poções.

Cada naco é uma prece em

Homenagem à deusa criação,

Que me embriaga os poros

Com sua violência.

Sequestra a existência

A ponto de não saber

Onde estou.

Pra que serve saber

Quando se é pasto

De uma potência destrutiva?

Quebra os ossos com sua

Vontade dilacerante,

E empala qualquer orgulho.

Já respiro o suspiro ferruginoso

O sangue que engasga no desespero

Do grito reprimido.

Dilacerado pelos abismos engolidos.

Descompasso em seu rastro,

Marcando com pegadas cortadas

O solo de adoração onde me faço

Sacrifício.

Ouço o eco da sua dor, por doer mim.

Presa que se prende ao peso do pesar.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 16/01/2021
Código do texto: T7161007
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.