SILENCIOSO NADA

Abri a minha cabeça oceânica

E vi o imenso e silencioso Nada

Nada que me explicasse o medo

Da condenação da vida abreviada

Abri os olhos depois de um sono na madrugada

Vi vultos históricos e meretrizes desesperadas

Empregadas domésticas desempregadas

E um despotismo esclarecido em minha sala

Dentro da xícara de café cenas escatológicas

Eu bebia a nossa tragédia anunciada em Livros

E tossia todas as bélicas falanges lógicas

E escarrava todos os pecados e vícios.

Dentro do meu sono a tua realidade é utópica

Tu se veste de luxúria e de um doce desprezo

Pra brindar as jorradas lágrimas etílicas

Reprimidas, entorpecidas de desejos.

Jonathas Oliveira
Enviado por Jonathas Oliveira em 14/12/2020
Reeditado em 09/03/2021
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