SÓBRIA LOUCURA
E eu vi meu senhor,
Caras bêbadas querendo sorrir
Eu vi sim...
Nas bocas melodiosas
De seres que dizem azáfamas inacessíveis,
O subir e descer da montanha
Nunca quis dizer chegada
Nas felicidades derramadas
Dos momentos efêmeros do nosso sim ou não.
São loucos momentos,
Dessa nossa sóbria loucura.
Há de vir alguma semente lógica
Para se plantar no amanhã, no grito,
No dizer das asas da minha imaginação
Da satisfação homogênea
Da gargalhada mais profunda do meu eu,
De querer buscar na vida
Respostas que ninguém responde,
Ninguém me responde...
Bonito/PE, 13/09/1992