Versos Vivos
No corte e recorte das sílabas,
As vestes pronominais se despem,
Enjaulando parágrafos inteiros,
Com a boca de vogais escancaradas.
O abuso no uso e desuso dos verbos,
Verborragia canibal que dilacera,
Fode em rimas de nuances delirantes,
Esvai o tempo pelo indefinidos artigos.
Plácidos ditongos distorcidos,
Circulando adjetivos gastos,
Quase um oximoro que desluta
Na própria falta de sentido.
Desembaraça das vírgulas e
Flui em reticências sem essência
Alguma.
Peripatético rastro de aspas que
Jamais serão fechadas,
Compondo o ritmo dos trilhos
De travessões que asfaltam o diálogo.
O espaço é um traço que esmaga o vazio.