Versos Vivos

No corte e recorte das sílabas,

As vestes pronominais se despem,

Enjaulando parágrafos inteiros,

Com a boca de vogais escancaradas.

O abuso no uso e desuso dos verbos,

Verborragia canibal que dilacera,

Fode em rimas de nuances delirantes,

Esvai o tempo pelo indefinidos artigos.

Plácidos ditongos distorcidos,

Circulando adjetivos gastos,

Quase um oximoro que desluta

Na própria falta de sentido.

Desembaraça das vírgulas e

Flui em reticências sem essência

Alguma.

Peripatético rastro de aspas que

Jamais serão fechadas,

Compondo o ritmo dos trilhos

De travessões que asfaltam o diálogo.

O espaço é um traço que esmaga o vazio.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 04/06/2020
Código do texto: T6967379
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