Ameaça Invisível

Sob o olhar insuspeitado,

Nasce o dia de brumas cinzas,

No recôndito dos afetos,

Pode-se vislumbrar o insurreto.

Na palma da mão é frágil,

Por ser brisa que desliza,

Amadurece feito orvalho,

Te engole ainda vivo.

Quase casa com o qualquer,

Despetala os lírios petrificados,

O solo é tapete de espinhos,

Esfola a sola que estiola em musgos mudos.

A pergunta nasce da mente violentada,

Refugia-se nas pernas dos montes

Para morrer de frio antes do próximo estio.

Não cabe em fraques, pois

É do grupo dos desajustes,

Erigindo uma prole em prol

Do seu derradeiro fim.

Beija o lustre e queima

Os lábios de mariposa,

Raposa faminta de luz,

Desejosa em comer o sol.

Vai de núpcias escavar o ser,

Insinua uma fresta que

Revela o vazio que habita

O hábito do alvorecer perdulário.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 24/05/2020
Código do texto: T6956817
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