Ameaça Invisível
Sob o olhar insuspeitado,
Nasce o dia de brumas cinzas,
No recôndito dos afetos,
Pode-se vislumbrar o insurreto.
Na palma da mão é frágil,
Por ser brisa que desliza,
Amadurece feito orvalho,
Te engole ainda vivo.
Quase casa com o qualquer,
Despetala os lírios petrificados,
O solo é tapete de espinhos,
Esfola a sola que estiola em musgos mudos.
A pergunta nasce da mente violentada,
Refugia-se nas pernas dos montes
Para morrer de frio antes do próximo estio.
Não cabe em fraques, pois
É do grupo dos desajustes,
Erigindo uma prole em prol
Do seu derradeiro fim.
Beija o lustre e queima
Os lábios de mariposa,
Raposa faminta de luz,
Desejosa em comer o sol.
Vai de núpcias escavar o ser,
Insinua uma fresta que
Revela o vazio que habita
O hábito do alvorecer perdulário.