Quando a ansiedade abraça
Quando a ansiedade abraça
Viro versos e poesia
No frenesi da minha agonia
Que me tortura com graça.
Viro selva e floresta
Sou fauna e flora decadente
Onde arde o veneno da serpente
Lá está o que me resta
A respiração fica ofegante
O tempo é coadjuvante
Do meu atroz desespero
As lágrimas servem de tempero
Para esse ensopado escaldante
Que será usado por um demônio sufocante
Que tortura por prazer
E eu vou acelerando meus instantes
Sobre mil cavalos errantes
Que me derrubam e me atropelam
Até não conseguir mais me ver
Essa maldade se disfarça
Com ilusões e fantasias
Cheias de ruas vazias
Onde há gritos de desgraça
E não há mais rima, métrica ou verso
Que não me deixe desconexo
Com um universo complexo
Onde nunca sei o que fazer
A angústia me sobe crescente
Quando lembra finalmente
Do que chegou a esquecer
Que a falta de sentido
O esquecimento de um amigo
O coração que foi feriado
Nem tão cedo vão parar de doer
Espero que minha alma não pereça
Sob essa tortura cheia de maldade
Que entope de pensamentos a agoniada cabeça
Nesse abraço de ansiedade.