Quando a ansiedade abraça

Quando a ansiedade abraça

Viro versos e poesia

No frenesi da minha agonia

Que me tortura com graça.

Viro selva e floresta

Sou fauna e flora decadente

Onde arde o veneno da serpente

Lá está o que me resta

A respiração fica ofegante

O tempo é coadjuvante

Do meu atroz desespero

As lágrimas servem de tempero

Para esse ensopado escaldante

Que será usado por um demônio sufocante

Que tortura por prazer

E eu vou acelerando meus instantes

Sobre mil cavalos errantes

Que me derrubam e me atropelam

Até não conseguir mais me ver

Essa maldade se disfarça

Com ilusões e fantasias

Cheias de ruas vazias

Onde há gritos de desgraça

E não há mais rima, métrica ou verso

Que não me deixe desconexo

Com um universo complexo

Onde nunca sei o que fazer

A angústia me sobe crescente

Quando lembra finalmente

Do que chegou a esquecer

Que a falta de sentido

O esquecimento de um amigo

O coração que foi feriado

Nem tão cedo vão parar de doer

Espero que minha alma não pereça

Sob essa tortura cheia de maldade

Que entope de pensamentos a agoniada cabeça

Nesse abraço de ansiedade.

Gabriel Cordeiro Machado
Enviado por Gabriel Cordeiro Machado em 13/05/2020
Código do texto: T6945698
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