ABSINTHO
Não derrame sobre o meu corpo,
o magnetismo hipnótico do seu olhar.
Feche seus olhos verdes,
de fada verde.
Venha ver(de) perto,
tocar meu peito aberto,
curar com esse olhar
minhas chagas,
meus pesares.
Quando chegares,
nenhum êxtase me convém.
O clarão dos teus olhos,
se apagará também?
Apagará essa vontade,
de evaporar-te em mim?
Venha o desmaio do prazer,
e viva.
Inunda-me com sua inundação,
com águas, com licores.
Aguçado, açucarado.
Oro e namoro,
pressentimento e sêde,
e agora minha fada verde?
Seria talvez a morte,
sorver pouco a pouco
o amargor da inexistência?
Melhor seria então,
morrer de tanto sofrer?
Veneno tão doce,
prazer tão perigoso...
Seria o quê esse intuir,
quase sentir, o paladar
já saciado, abrandado?
Absorto, me submeto.
A dor que (ab)Sinto.
(Para sra. Green eyes)
T@CITO/XANADU