Quando Chove
Quando chove,
A gente escorre
Nas sarjetas sem
Jeito.
Chovo de suor,
De lágrimas,
De sonhos diluídos,
Iludindo meus idílios.
Dei(cho) ver,
As corredeiras
Da pressa diária,
O preço da vida cara.
An(chovas) que
Nadam contra as marés,
Já que a maré nunca
Está pra peixe nesse
Mundo de mar verde.
Verde esgoto que o
Desgosto nos faz gostar
A cada gole de lodo.
Chuveiro do mundo,
Com nuvens carregadas
De desesperança,
Desabando em toró diluvial,
Sem Deus que acuda,
Apegado às ribanceiras.
Choro o soro ácido,
Chorume de petróleo
Dos olhos d'água
Que faz morrer a cada
Chorada a fonte do
Próprio viver.