Ver
Ver de novo,
Que te quero ver,
Pra crer no visto,
Que acredito ver.
Eis a sina do olhar,
Que embala a vista,
No balanço do prisma
Em feixes de luz-olhar.
Pisco um cisco,
Fagulhando a íris,
Abro e fecho,
Descortinando-me.
Meu hábito observa,
Sendo captado pela
Paisagem que grita,
A ponto de me fazer
Escutar.
Já não tenho imagens
Para contar o quanto
Imagino o mundo imagético.
Bebo a realidade por lágrimas,
Lacrimejando para saciar a sede
De olhar que me faz mergulhar
No que a existência me dá.
Revejo só pra ver se o visto
Ainda resiste a novidade,
Compondo uma sinfonia
Que a contração pupilar compõe,
Já que põe em mim comigo.