Ver

Ver de novo,

Que te quero ver,

Pra crer no visto,

Que acredito ver.

Eis a sina do olhar,

Que embala a vista,

No balanço do prisma

Em feixes de luz-olhar.

Pisco um cisco,

Fagulhando a íris,

Abro e fecho,

Descortinando-me.

Meu hábito observa,

Sendo captado pela

Paisagem que grita,

A ponto de me fazer

Escutar.

Já não tenho imagens

Para contar o quanto

Imagino o mundo imagético.

Bebo a realidade por lágrimas,

Lacrimejando para saciar a sede

De olhar que me faz mergulhar

No que a existência me dá.

Revejo só pra ver se o visto

Ainda resiste a novidade,

Compondo uma sinfonia

Que a contração pupilar compõe,

Já que põe em mim comigo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 22/06/2019
Código do texto: T6678926
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