Armor
Amor que sofre,
Por morte ou
Sorte de doer,
Armor que te arma para o viver.
É a curva nas rotinas,
De linhas teleguiadas,
Pontos nunca finais,
Mas pontualmente sinais,
Perde e encontra um caminho,
Sem destino em desalinho,
Eriçando os fios soltos,
Compondo um sol capilar,
Pilar dos raios partidos,
Eclipse mal compreendido.
Segue e seque a paixão,
Dos braços soltos no ar revolto,
Admirando o nada que é tudo,
Na alternância dos desejos,
O jeito com que se entretém,
Não precisa dizer nada a ninguém,
Tudo bem se não se sente bem,
Fins multiplicados em formas de começo,
Deitando a cabeça no sono do além, aquém, alguém.
Dúvida que dilui preconceitos,
Antevendo o gesto não viu passar,
Passarinhando pelos caules quebrados,
De galho em galho no acordar do galo gago,
Cantando a mesma rima de outrora, uma aurora,
Dicas de dicções mal formalizadas,
Já que a forma se transforma a ponto de não durar,
Debitando relógios múltiplos que ampulhetam a vida,
De grão em grão até que a morte nos encare.
Servidos um do outro em movimento,
Dançando o balé da falta de razão,
Pousando de leve nas pegadas breves,
Desmarcando trajetos em carícias de passos incertos,
No último estrangulamento que o beijo sufocante
Provoca.
Sussurrando espasmos cardíacos,
Tropeço de pelos entregues ao arrepio,
Olhos de pálpebras baixas cortinando cílios.
Agonizante é o paraíso.
Projeta abstinência aguardando a tragédia,
O romance é média e o sentir é um engasgo,
Algumas tossidas para o pulmão expandir,
Logo uma fome de sede de amor, que é dor, ardor,
ar e dor.