Armor

Amor que sofre,

Por morte ou

Sorte de doer,

Armor que te arma para o viver.

É a curva nas rotinas,

De linhas teleguiadas,

Pontos nunca finais,

Mas pontualmente sinais,

Perde e encontra um caminho,

Sem destino em desalinho,

Eriçando os fios soltos,

Compondo um sol capilar,

Pilar dos raios partidos,

Eclipse mal compreendido.

Segue e seque a paixão,

Dos braços soltos no ar revolto,

Admirando o nada que é tudo,

Na alternância dos desejos,

O jeito com que se entretém,

Não precisa dizer nada a ninguém,

Tudo bem se não se sente bem,

Fins multiplicados em formas de começo,

Deitando a cabeça no sono do além, aquém, alguém.

Dúvida que dilui preconceitos,

Antevendo o gesto não viu passar,

Passarinhando pelos caules quebrados,

De galho em galho no acordar do galo gago,

Cantando a mesma rima de outrora, uma aurora,

Dicas de dicções mal formalizadas,

Já que a forma se transforma a ponto de não durar,

Debitando relógios múltiplos que ampulhetam a vida,

De grão em grão até que a morte nos encare.

Servidos um do outro em movimento,

Dançando o balé da falta de razão,

Pousando de leve nas pegadas breves,

Desmarcando trajetos em carícias de passos incertos,

No último estrangulamento que o beijo sufocante

Provoca.

Sussurrando espasmos cardíacos,

Tropeço de pelos entregues ao arrepio,

Olhos de pálpebras baixas cortinando cílios.

Agonizante é o paraíso.

Projeta abstinência aguardando a tragédia,

O romance é média e o sentir é um engasgo,

Algumas tossidas para o pulmão expandir,

Logo uma fome de sede de amor, que é dor, ardor,

ar e dor.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 01/01/2019
Código do texto: T6540512
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