Marcas

As marcas são um marco,

Daquilo que imprime,

No corpo feito espaço,

As disposições que oprimem.

Das formas surge um mapa,

Relevando em dinâmica gasta,

Linhas entrecruzadas em descarga,

Em desalinhos de móveis da estática.

Faz ver o mudo impresso,

Derramado nos campos curvos,

Desdobrando gestos,

Pavimentando sombras no escuro.

Nada é tudo no absurdo,

Ditando fluxos de intenções,

Orbitando inabitáveis mundos,

Em fragmentos de imaginação.

Exaltados os pontos em ebulição,

Tracejando caminhos dispersos,

Devorando dobras em contramão,

Indigestos pelo próprio mistério.

Gravam a ressonância do vazio,

Pelo abismo que se abre em frestas,

Cortando cada momento doentio,

Na fúria de incontáveis finitas réguas.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 12/08/2018
Código do texto: T6416938
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