Vidente

Vejo através dos teus olhos,

Inundado neste oceano

De lágrimas secas.

Atravesso o olhar na direção

Do horizonte da íris,

Numa ótica de arco-íris.

Ao avesso do teu globo ocular,

Revirando as entranhas,

Pupilo da sua pupila.

Despetalando os cílios,

Último apego do suicídio.

Cego porque morre.

Acordar é ver de novo,

O Jamais visto por outro.

Ressurreição de morto.

Sentinela que das pálpebras,

Faz sua ingrata janela,

Contemplando o absurdo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 17/07/2017
Código do texto: T6056902
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