Vidente
Vejo através dos teus olhos,
Inundado neste oceano
De lágrimas secas.
Atravesso o olhar na direção
Do horizonte da íris,
Numa ótica de arco-íris.
Ao avesso do teu globo ocular,
Revirando as entranhas,
Pupilo da sua pupila.
Despetalando os cílios,
Último apego do suicídio.
Cego porque morre.
Acordar é ver de novo,
O Jamais visto por outro.
Ressurreição de morto.
Sentinela que das pálpebras,
Faz sua ingrata janela,
Contemplando o absurdo.