Ponta de Iceberg

Esta é a ponta,

Perfurando a têmpora,

Parece um tiro. Não!!!

Uma facada no cérebro.

A lâmina entra e

Descostura as sinapses,

Criando um coágulo

De Vácuo,

Que assovia dentro de mim.

Nunca é a base.

Se chorar, grito

Por dentro.

Arrebento.

Escorro num gozo

De sangue,

Em poça de mangue,

Num guache distante.

Fura essa fissura

Dessa cara covarde,

Rabiscando um riso,

Feito à base de comprimidos.

Pequenos gemidos.

Os frascos de crânio,

Territorializam o precipício,

Olhando por cima do risco.

Muro mudo. Shhhh!!!

Eis o jazigo.

Nada mais do que isso.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 28/06/2017
Código do texto: T6040179
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