Madrugada
É madrugada alta
Meu espírito se inquieta
Ouço passos pela casa
Sinto frio
Memórias gritam, como fantasmas
Uma certa melancolia me invade
Vasculho os cantos do meu frágil ser
Me sinto vulnerável, como a gazela
frente à flecha do caçador...!
Me encolho
Meus olhos cansados correm em volta
Prescrutando a escuridão
Buscando descanso
Sem sono
Sem sonhos
Sem nada!
Sou vítima dos meus pensamentos
atormentados; conflitantes...
E as horas passam lentamente,
como se os ponteiros fossem os carrascos
dos meus medos
Dos meus anseios
Das minhas agonias
Tic tac, Tic tac, Tic tac...
São nesses momentos de intensa solidão
Introspecção nua,
que quase ultrapasso as barreiras
tênues da minha sanidade!
E ainda é madrugada...