Delírio
Nesse encontros
E desencontros
De mim mesmo.
Abrindo aspas
Em minha pele
Com lâmina afiada,
A fiar a epiderme.
Rasgo e crio um lago
Nessa primavera invernal.
Onde os muros de pétalas
Formam minha cova trivial.
Dilacerado pelo
Ego que até suicidar,
Nesse penhasco
De suave trucidar.
Lanço a ponta da lança,
Sombreada na garganta,
Decepando a última
Das amargas esperanças.
Dança morte antes que eu viva,
Para o macabro abrace
O corpo previamente carcomido,
No lusco-fusco de uma pálpebra.
Lace o pescoço e aperte.
O último suspiro será o grito
Desse asmático respirar.