Delírio

Nesse encontros

E desencontros

De mim mesmo.

Abrindo aspas

Em minha pele

Com lâmina afiada,

A fiar a epiderme.

Rasgo e crio um lago

Nessa primavera invernal.

Onde os muros de pétalas

Formam minha cova trivial.

Dilacerado pelo

Ego que até suicidar,

Nesse penhasco

De suave trucidar.

Lanço a ponta da lança,

Sombreada na garganta,

Decepando a última

Das amargas esperanças.

Dança morte antes que eu viva,

Para o macabro abrace

O corpo previamente carcomido,

No lusco-fusco de uma pálpebra.

Lace o pescoço e aperte.

O último suspiro será o grito

Desse asmático respirar.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/11/2016
Código do texto: T5819620
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.