Quase II

Na luz fosca,

Reflete sombras,

Na parede tosca,

Nada encontra.

Caminhando entre poças,

Lodo de lama que chama,

A pegada macia da boca,

Que toca outra boca que ama.

Vermelhando ao corar,

Na paleta de cores e dores,

Pincelando antes de chorar,

Com a lágrima que escorre.

Chovem rabiscos grossos,

Cuneiforme rastro no vazio

Do papel sem véu e de ossos

Partidos com o grafite bravio.

Lousa de louças molhadas,

Empilhadas no monte, o Limpo,

Trincando devagar taças mordaças,

Com o resto de gosto do vinho.

Pendurado em cabides tortos,

Corcundas de ombreiras solitárias,

Deformando essa opressão de corpos,

Que são copos cheios de luminárias.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 19/06/2016
Código do texto: T5672070
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.