Quase II
Na luz fosca,
Reflete sombras,
Na parede tosca,
Nada encontra.
Caminhando entre poças,
Lodo de lama que chama,
A pegada macia da boca,
Que toca outra boca que ama.
Vermelhando ao corar,
Na paleta de cores e dores,
Pincelando antes de chorar,
Com a lágrima que escorre.
Chovem rabiscos grossos,
Cuneiforme rastro no vazio
Do papel sem véu e de ossos
Partidos com o grafite bravio.
Lousa de louças molhadas,
Empilhadas no monte, o Limpo,
Trincando devagar taças mordaças,
Com o resto de gosto do vinho.
Pendurado em cabides tortos,
Corcundas de ombreiras solitárias,
Deformando essa opressão de corpos,
Que são copos cheios de luminárias.