Caminhar
Dar um passo,
É sempre explorar
O Desconhecido.
Conhecemos
As pegadas,
Pregadas no cimento,
Como ilhas contrárias.
Pé ante pé
Tropeçando nas curvas,
Em desalinhos caminhos,
Topando com pedras duras.
Mesura de dedos reprimidos,
Falando através de falanges,
Num diálogo que prioriza o tato,
Retratando os descalços fatos.
Prisioneiros de sapatos,
Que saem pelas tiras,
De chinelos velhos,
Expondo unhas partidas.
Pés de bebê incólumes,
De joelhos puídos pelo atrito,
Feito quadrúpedes autóctones,
Pastando a poeira lisa do piso.