Retratos
Reta que traço trai,
Traça que come o fim,
Nas gotas um se distrai,
Contornando o eu de mim.
Quase cato e caio,
Atravessando as linhas,
Uma pauta em soslaio,
Duplicado ponto de vírgula.
Minuto de tempo segundo,
Correndo na corredeira estrábica,
Nuvem imunda muda o mundo,
Lances desenlaçam a forma cármica.
Sento e sinto, logo fico,
Fitando as ondas sem esperança,
Lembrança de um cisco,
Ciscando um jongo que encanta.
Virado ao avesso vibro,
Cordial nas cordas estendidas,
Abro a boca e fecho o livro,
Enveredando em cordéis cantigas.
Vaso vasto varre o vale,
Tudo muda na espessura,
Nó dei, agora nada cabe,
Fórceps na mente-fissura.
Lastro barroco do morro,
Cantando loas para as favelas,
Viela solta pede socorro,
Abrigada na margem da régua.
Vai velhaco ventrílouco,
Deus ex machina não mais,
Um alemão deu o veredito,
Jehovah morto! Aqui jaz!
Deixa a criança brincar.
Sério que o tédio é néscio?
[Ciranda, peãozinho, vão com todos não rezar,
Mãos ao alto isso é assalto, bala perdida vai encontrar.]
O anel que tu me destes...
…se suicidou de um prédio.