Desses Enlaces
Na mente cada fio,
Solta o vapor do arrepio,
Na decadência do rio,
Correndo por estar vivo.
Cada sentido é sentido,
Metamorfoses elípticas,
Baixo e cima são picos,
Mascando a sua gengiva.
Engasgado gástrico,
Sufocadamente dialético,
Expelindo pedaços,
Inocente fluxo diurético.
Cada caminho descasca,
Camadas de rotas soltas,
Fantasmagóricos miasmas,
Cala a tua costurada boca.
Linho tênue de tênias partidas,
Amontoando restos dejetos,
Empilhando perdas garantidas,
Sarjeta oferecida aos néscios.
Despenca a lua no colo,
De pernas nuas de propósito,
Esqueleto sem ossos,
Nasce no mundo o não próprio.
Noite machada de escuro,
Olho de prata ingrata,
Tudo transforma é tudo,
Beija e ao outro inala.
Com sumir nas prateleiras,
Desvejo o que nunca pude ser,
Chocando ovos na frigideira,
Onde termino eu e começa você?
Pré vejo o percevejo,
Pipocando o pensamento,
Importa quando vejo,
Apalpa pálpebras ao vento.
Castelos de areia duram no sopro do ar,
Vaga a folha em branco pede predicado,
Prega a prédica para o sujeito não voar,
Todo risco é um risco que se corre no riscado.