Desses Enlaces

Na mente cada fio,

Solta o vapor do arrepio,

Na decadência do rio,

Correndo por estar vivo.

Cada sentido é sentido,

Metamorfoses elípticas,

Baixo e cima são picos,

Mascando a sua gengiva.

Engasgado gástrico,

Sufocadamente dialético,

Expelindo pedaços,

Inocente fluxo diurético.

Cada caminho descasca,

Camadas de rotas soltas,

Fantasmagóricos miasmas,

Cala a tua costurada boca.

Linho tênue de tênias partidas,

Amontoando restos dejetos,

Empilhando perdas garantidas,

Sarjeta oferecida aos néscios.

Despenca a lua no colo,

De pernas nuas de propósito,

Esqueleto sem ossos,

Nasce no mundo o não próprio.

Noite machada de escuro,

Olho de prata ingrata,

Tudo transforma é tudo,

Beija e ao outro inala.

Com sumir nas prateleiras,

Desvejo o que nunca pude ser,

Chocando ovos na frigideira,

Onde termino eu e começa você?

Pré vejo o percevejo,

Pipocando o pensamento,

Importa quando vejo,

Apalpa pálpebras ao vento.

Castelos de areia duram no sopro do ar,

Vaga a folha em branco pede predicado,

Prega a prédica para o sujeito não voar,

Todo risco é um risco que se corre no riscado.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 14/03/2015
Código do texto: T5169996
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