Prisioneiro Em Um Mundo Inexistente
A inexistência do mundo torna-se um temível fato,
quando penetram ferozmente em meu corpo insensato
centenas de dissabores fugazes e incompreensíveis.
Vórtices de palavras se desencontram em minha mente
Prisioneiro acorrentado nesse abismo incoerente
Sufocado sem indulgência em traumas irreversíveis.
Infiltrado nessa noite entre centenas de loucos
Com lapsos de memória vou lembrando dos bem poucos,
amigos sinceros que cultivei com árduas lutas.
Na bagagem, as tristezas estranhamente rejuvenescidas
No reflexo embaçado reconheço as feridas
provocadas pelas mãos impiedosas e astutas.
Ruas, contorcidas e cinzas, são vistas por olhos assustados
Absolutamente sozinho, nesse caos, eu sigo desamparado
Por supostas pessoas que habitam o meu retrógrado inconsciente.
Pés e mãos entrelaçados pelo tempo impiedoso
Devorado sem misericórdia por um ser impetuoso
Frações de minha memória seguem por caminhos intransigentes.
Sombrio vilarejo de pessoas mórbidas com sorrisos lúgubres
Destemidos gestos airosos em rostos cretinos insalubres,
reunidos todos em volta de uma desoladora fogueira.
Em segundos sou notado bem atrás de um pardieiro
Vozes estridentes esbravejam forasteiro!
Envolto em gélidas mãos a minha alma prisioneira...
Alexsandro Menegueli Ferreira- 16/07/2012