Desequilíbrio

Nos pés vacilantes,

A postura torta,

Dos dedos dardejantes,

Tateando a bamba corda.

Nas nuvens alinhavadas,

Os mal traçados traços,

Numa ruptura a revoada,

Despedaçado em cacos.

Consubstanciando o nada,

No mergulho do abismo aquoso,

Submerge afogado na fala,

Sufocando no verborrágico lodo.

Esquinas de serpentes,

Ondulando traições,

Agonia de sementes,

Frutificando desilusões.

Emoldurando vazios,

Na suspensão dos sentidos,

Vacilando o equilíbrio,

Na busca ansiosa do suicídio.

Torta é a reta,

Com seus falsos pontos,

Fonte de crateras,

Engolindo despertos sonhos.

Flacidez do fixo,

Nauseante estado,

Vazado umbigo,

Retrocesso parto.

Descaminhos descalços,

Pisando sobre expectativas,

Fomentador de destroços,

Salteador de livre iniciativa.

No fechar e abrir dos olhos,

O mundo que se faz e desfaz,

Tudo na vida é sem propósito,

Vivo ou não vivo, tanto faz.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 17/02/2015
Código do texto: T5140003
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