Anjos Deformados

O rosto escorre,

Na aquarela cega,

Pincel sem toque,

Movido a vela.

Rápidos contornos,

No dorso curvado,

Ruído de roucos,

Ecoando no espaço.

Suicidas patéticos,

Despencam secos,

Do todo de prédio,

Maduros de medo.

Expulsando as asas,

Feito ferida purulenta,

Expelindo visão ingrata,

De uma estética nojenta.

Despedaçados seres alados,

Tempestade de membros,

Tsunami de grandes ratos,

Devorando a areia do tempo.

Cada casa é um caso,

Ao acaso dos casacos,

Casados nos quartos,

Guardados em sacos.

Vestindo a pele fria,

Ha rigidez do mármore,

Fazendo a louca vigília,

Gárgula no topo da árvore.

Estala o galho arredio,

Despencando a fratura,

Na fuga de um desafio,

Repousa na terra dura.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 12/02/2015
Código do texto: T5134961
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