Covas Sem Defunto

Paisagens abertas,

Sulcando a terra,

Hiatos sem trégua,

Batalha sem guerra.

Covis de ausências,

Atmosfera vazia,

Formas de doença,

Reproduzindo agonias.

Dunas remexidas,

Revelam a face

Da poeira dormida,

Rumo ao desastre.

Uma falta que acumula,

Nas valas subterrâneas,

Nada que não se anula,

Mar de acepções cutâneas.

Infertilidades geradas,

História de falsas vidas,

Tornam-se meras pegadas,

Apegadas a prosaicas lidas.

Trevas diuturnas,

Pensamentos escavados,

Minhocas soturnas,

Revelando mal enterrados.

Túneis de muitos risos,

Soltos nos projetos deixados,

Revelo com malefício físico,

Crateras de entulhos espoliados.

Onde estarão os mortos?

Nem os anelídeos ali habitam,

Mundo sem um propósito,

Texto de espaços que gritam.

Momentos poeirentos,

Ventanias rasas,

Teatros sonolentos,

Cativas e sedutoras valas.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 03/02/2015
Código do texto: T5124748
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