Goteira

Pinga um pingo no chuveiro,

Escorrendo ao correr para o ralo,

Ansioso para morrer no bueiro,

Contornando cada novo obstáculo.

Goteja cada gota em glosa,

Numa aquarela reduzida,

Tem na língua uma resposta,

Mas que não pode ser lida.

Nas tranças tracei trancas,

Emaranhando a fonte capilar,

Dança que se lança na cama,

Com intuito de nunca acordar.

O trevo atreve-se a atravessar,

Aquele caminho que é ninho,

Falando baixinho ao sussurrar,

Contando o pouco do mínimo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 22/11/2014
Código do texto: T5044222
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.