Quatro Nuvens
Pelas latas de lixo,
Andarilhos vasculham,
Lascas de vidro,
Moscas que entulham.
Tudo é tão fétido,
Que o perfume dos vermes,
Chega ao pico dos prédios,
Na proliferação de leques.
Cada escada cadente,
Despenca dos quintais,
Ofuscadas pelas lentes,
Focando olhos locais.
A dúvida duvida da vida,
Folheando pétalas secas,
No duelo que abriga,
Cada farpa da fogueira.
Insinuando um aparador,
Comendo cinzas de tabaco,
Respirando o doce vapor,
Que dança em volta do mastro.
Unhas despedaçadas,
Sangram dedos inconformados,
Ocupando o centro da praça,
Em uma roda de corpos drogados.
Cada sirene é uma vitrola,
Balbuciando ruídos insones,
Na casca oca que explora,
Fazendo-se fruto sem nome.