Desastre
O desastre,
Que desaba da agonia,
No desgaste
De um corpo em folia.
Escapando pelas carapaças,
Desintegrando toda a fluência,
A ponto de romper as cabaças,
Seguindo um rio de eloquência.
Dependurado nas copas,
Pendendo do falso abismo,
Refletindo a falta de lógica,
No cinismo do insólito alívio.
Dormindo sobre o solo,
Que rígido rasga os frutos,
Transbordando do colo,
Sementes de um eterno luto.
Levado por cada raio,
Transpondo regaços,
Na fuga do seu ensaio,
Eriçando tolos pastos.
A fome de sílabas,
Em cascatas morfológicas,
Emudecem cítaras
Ornadas na caatinga tórrida.
Pisoteando lagos desajeitados,
Como pegadas pantanosas,
Delimitando os tortos passos
Do andarilho de avessas ventosas.
Já se vê do salto,
O voo plano da paisagem,
Tomando de assalto,
Cada fotografada imagem.