Desastre

O desastre,

Que desaba da agonia,

No desgaste

De um corpo em folia.

Escapando pelas carapaças,

Desintegrando toda a fluência,

A ponto de romper as cabaças,

Seguindo um rio de eloquência.

Dependurado nas copas,

Pendendo do falso abismo,

Refletindo a falta de lógica,

No cinismo do insólito alívio.

Dormindo sobre o solo,

Que rígido rasga os frutos,

Transbordando do colo,

Sementes de um eterno luto.

Levado por cada raio,

Transpondo regaços,

Na fuga do seu ensaio,

Eriçando tolos pastos.

A fome de sílabas,

Em cascatas morfológicas,

Emudecem cítaras

Ornadas na caatinga tórrida.

Pisoteando lagos desajeitados,

Como pegadas pantanosas,

Delimitando os tortos passos

Do andarilho de avessas ventosas.

Já se vê do salto,

O voo plano da paisagem,

Tomando de assalto,

Cada fotografada imagem.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 13/10/2014
Código do texto: T4997868
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.