Ser ou não se ser? Eis a exaustidão
Não aguento esse mundo desgraçado!
Onde os fracos são os fortes oprimidos;
Onde o homem serve de adubo
Aos próprios males fornecidos!
Não! E não posso compreender!
Como é que se vive em eterno tormento,
Estando no mundo o puro sofrimento
Em que o sentido da vida é só sobreviver?
Não sei se posso!
Meu eu explode!
Quem enxerga são os cegos de fissura
Que tentam se soltar dessa tortura;
Que nascem para nunca poderem se ser!
Não sei se posso!
Meu eu explode!
Numa estrada que por mim foi percorrida
Jaz a trilha que por outros foi mantida
E estoura para me limitar e me prender!
Desconhecida eu sou,
Porcaria minha!
Defeito infalível que ascende a minha ira;
Que nesse mundo sujo só quem vence cala por ser calado...
Que absurdo, sujo-imundo!
Ainda assim é chamado de meu mundo!
O desgraçado.