Ofuscar

Na tarde dos teus olhos,

Após a aurora do acordar,

A brisa de outros corpos,

Faz o ambiente sufocar.

No balanço da náusea,

A música do inseto que voa,

Parecendo uma náfraga,

Na ilha do corpo que enjoa.

O vômito reprimido,

Faz doer o estômago,

Naquela ânsia do vício,

Especulando o espanto.

É quase uma hora qualquer,

Se não fosse a angústia,

Uma lareira do sol que vier,

Com suas frestas de fissura.

As fases da lua sem noite,

Transformam o humor,

Cortando sonhos feito foice,

Decapitando com furor.

Em espasmos de bocejo,

Entediado da realidade,

Pulando do alto de si mesmo,

Espatifando-se na subjetividade.

Talvez fosse uma possibilidade,

Onde a novidade é previsível,

Roendo os restos de dignidade,

Fazendo do instante um delírio.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/08/2014
Código do texto: T4906907
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