Ofuscar
Na tarde dos teus olhos,
Após a aurora do acordar,
A brisa de outros corpos,
Faz o ambiente sufocar.
No balanço da náusea,
A música do inseto que voa,
Parecendo uma náfraga,
Na ilha do corpo que enjoa.
O vômito reprimido,
Faz doer o estômago,
Naquela ânsia do vício,
Especulando o espanto.
É quase uma hora qualquer,
Se não fosse a angústia,
Uma lareira do sol que vier,
Com suas frestas de fissura.
As fases da lua sem noite,
Transformam o humor,
Cortando sonhos feito foice,
Decapitando com furor.
Em espasmos de bocejo,
Entediado da realidade,
Pulando do alto de si mesmo,
Espatifando-se na subjetividade.
Talvez fosse uma possibilidade,
Onde a novidade é previsível,
Roendo os restos de dignidade,
Fazendo do instante um delírio.