Falta de Sentido

No gesto esquartejado,

As falanges retorcidas,

Com fantoches deteriorados,

Soltam os fios finos suicidas.

Na penumbra de nuvens,

Reveladas pela paisagem nublada,

Pássaros mortos em chuva surgem,

Em uma tempestade inusitada.

Na fogueira dos cabelos ao vento,

Com labaredas atiçadas,

São fósforos que apagam com o tempo,

Uma multidão alucinada.

O crepúsculo do olhar tardio,

Assassina a realidade exposta,

Abrindo a aurora na manhã de frio,

Contemplando a luz da vidraça que chora.

No apalpar de pés que caminham,

Sobre o teto de camadas descascadas,

Com ácaros que despencam e gritam,

Somando corpos amontoados pela casa.

As sombras dos raios solares,

Açoitam a pele ressecada,

Na reclusão de ursos polares,

Aguardando o fim da hibernada.

No suicídio diário,

O corpo desfalece,

Fazendo-se armário,

Guardando vestes.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 29/06/2014
Código do texto: T4862945
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