Os Dois Lados

Os dois lados que se olham,

Sem conseguir enxergar,

O limite dos que se tocam.

Na síntese desse cegar.

A esperança que espera na face,

Esbranquiçada pela apatia,

Corrompendo os sorrisos de guache,

Formando o hiato na simetria.

Na voz de bocas fechadas,

A sombra de expressões vagas,

Pelas distâncias secretadas,

Os rostos se tornam lisas caras.

Naqueles séculos de segundos passageiros,

O desejo forma uma nuvem com trovoadas,

Estremecendo os sonhos e os pesadelos,

Criando harmonia entre expressões drogadas.

Em um mar de ânsia em tormenta,

Explodindo no rochedo das verdades,

Lascando aos poucos as rígidas presenças,

Em fissuras que maculam a seriedade.

Quase é possível prever um encontro,

Quando os furacões das lágrimas,

Produzirão o desastre em um ponto,

Que as órbitas virarão feito páginas.

Cada um dos dois folhearão,

As árvores despidas da emoção,

E o reflexo dos olhos o último clarão,

Diante do vazio que forma a eterna escuridão.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 31/05/2014
Código do texto: T4827047
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