Machina

Os tentáculos biomecânicos,

Sufocam os pescoços orgânicos,

Em uma troca entre desumanos,

Onde a vida se esvai em pranto.

Engasgado com o combustível,

Que alimenta a violência direcionada,

Apagando a esperança como fusível,

Separando as partes da mente dissecada.

As órbitas ciclópicas de câmeras,

Desnudam os trajes de carne,

Com laser fatiando com suas lâminas,

Esquartejando sem fazer alarde.

Com a quebra de joelhos fendidos,

Subjugados pela fé de uma ciência,

Como eternos mutilados, feridos,

Sem legislador que tenha clemência.

O grito de sirenes de campos de concentração,

Como pássaros diabólicos que silvam nos tímpanos,

Enlouquecendo aquela outrora inocente imaginação,

Corrompendo os valores atribuídos aos símbolos.

A face robótica faz lobotomia,

Dentro dos crânios escravizados,

Até que o corpo sinta a agonia,

Tornando os sujeitos vitimados.

E as redes virtuais envolvem,

Enjaulando a natureza selvagem,

Simulado que os presos se toquem,

Em um cativeiro de falsas imagens.

Na lucidez de feixes magnéticos,

A possibilidade de lampejos,

Na morte através de objetos,

Que representam o próprio medo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 25/05/2014
Código do texto: T4819787
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.