Machina
Os tentáculos biomecânicos,
Sufocam os pescoços orgânicos,
Em uma troca entre desumanos,
Onde a vida se esvai em pranto.
Engasgado com o combustível,
Que alimenta a violência direcionada,
Apagando a esperança como fusível,
Separando as partes da mente dissecada.
As órbitas ciclópicas de câmeras,
Desnudam os trajes de carne,
Com laser fatiando com suas lâminas,
Esquartejando sem fazer alarde.
Com a quebra de joelhos fendidos,
Subjugados pela fé de uma ciência,
Como eternos mutilados, feridos,
Sem legislador que tenha clemência.
O grito de sirenes de campos de concentração,
Como pássaros diabólicos que silvam nos tímpanos,
Enlouquecendo aquela outrora inocente imaginação,
Corrompendo os valores atribuídos aos símbolos.
A face robótica faz lobotomia,
Dentro dos crânios escravizados,
Até que o corpo sinta a agonia,
Tornando os sujeitos vitimados.
E as redes virtuais envolvem,
Enjaulando a natureza selvagem,
Simulado que os presos se toquem,
Em um cativeiro de falsas imagens.
Na lucidez de feixes magnéticos,
A possibilidade de lampejos,
Na morte através de objetos,
Que representam o próprio medo.