Pelas Asas

Nas asas dos ventos,

Sinto desprender o cabelo,

Com a face do momento,

Molda a forma com seu jeito.

No murmúrio de silvos,

Que assoprados nos orifícios,

Das árvores de muitos mitos,

Conta-se a lenda desses ofícios.

No coro de mudos,

Silenciamos o mistério,

E a palavra sem uso,

Tem mais força e mérito.

Nos assombros de sombras tortas,

Metamorfoses que dançam um Sabá,

Invocando as almas de criaturas mortas,

Num teatro que o homem não pode explicar.

Na noite iluminada,

Pelas estrelas já extintas,

A visão desusada,

Tenta encontrar astrologia.

No hálito sulfuroso dos vulcões,

Abrindo fissuras em grandes desertos,

Tendo as nuvens como grandes sultões,

Seus turbantes mágicos, revoando libertos.

A gravidade se faz grave,

Dificultando o voo,

Deixando que sua novidade,

Seja o despencar do corpo.

Hórus enxerga em noite de lua cheia,

Vigiando os pouco alados telúricos,

Que através da imaginação serpenteia,

Para, no espaço, tornar-se dragão rústico.

Ardendo conforme a chama do coração,

Ascendendo como uma Supernova,

Criando seu próprio universo de emoção,

Na expansão de um amor que se renova.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 01/05/2014
Código do texto: T4790185
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