Um Passo

Avista o abismo

Que te conforta,

Pois talvez isso,

Mude sua forma.

O vazio é o todo

Que preenche,

O coração roto,

Do que se prende.

A imensidão do foco,

Faz as densas nuvens,

Engolirem as fotos,

Da paisagem que surge.

A vista se perde no mesmo,

Confundindo e se fazendo tudo,

Matando a variação do desejo,

Impregnando a vida desse luto.

A pirâmide com um olho em cima,

Voltado para a supremacia do ápice,

Esquecendo da força que o guia,

Que está concentrada em sua base.

O próximo passo pode ser,

A definição de um instante,

Estático no seu fóssil fazer,

Um livro não lido na estante.

A cabeça pende e mergulha,

Na velocidade do pensamento,

Que feito a luz em fagulha,

Relampeja no íntimo tormento.

Sua sombra mostra que luz,

Jamais foi a força animadora,

Já que tudo às trevas se reduz,

O hiato será nossa maior força.

Os pés se juntam ao rito,

Feito um cadáver fingido,

Sentindo o último suspiro,

Caindo no desconhecido.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 12/04/2014
Código do texto: T4766063
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