Um Passo
Avista o abismo
Que te conforta,
Pois talvez isso,
Mude sua forma.
O vazio é o todo
Que preenche,
O coração roto,
Do que se prende.
A imensidão do foco,
Faz as densas nuvens,
Engolirem as fotos,
Da paisagem que surge.
A vista se perde no mesmo,
Confundindo e se fazendo tudo,
Matando a variação do desejo,
Impregnando a vida desse luto.
A pirâmide com um olho em cima,
Voltado para a supremacia do ápice,
Esquecendo da força que o guia,
Que está concentrada em sua base.
O próximo passo pode ser,
A definição de um instante,
Estático no seu fóssil fazer,
Um livro não lido na estante.
A cabeça pende e mergulha,
Na velocidade do pensamento,
Que feito a luz em fagulha,
Relampeja no íntimo tormento.
Sua sombra mostra que luz,
Jamais foi a força animadora,
Já que tudo às trevas se reduz,
O hiato será nossa maior força.
Os pés se juntam ao rito,
Feito um cadáver fingido,
Sentindo o último suspiro,
Caindo no desconhecido.