Em/Forcados

As forcas,

Multiplicadas,

Uma louca

Canção amarga.

Com os pescoços,

Marcados por cordas,

Quebrando os ossos,

O laço a todos enforca.

O gemido,

Ouvido,

Do suspiro,

Escapulido.

Os círculos pendurados,

Feito auréolas da morte,

São quase uns degolados,

Expostos em cenas fortes.

Feito gado preso,

Enlaçado pelo carrasco,

Que com o próprio peso,

Findam como engasgados.

Os pés balançam,

Nunca mais tocarão,

O solo que não alcançam,

Feitos pêndulos de maldição.

Nenhum Cristo ao lado,

Deixados para os abutres,

Como seres desgraçados,

Um espetáculo aos ilustres.

Talvez sejam um banquete,

Para ratazanas famintas,

Que comem os pés em deleite,

Consumindo a carne maldita.

Sob o céu de sol belo,

As moscas e o mau cheiro,

Anunciam o flagelo,

Daqueles que não tem enterro.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 05/04/2014
Código do texto: T4757727
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